sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Confira a tradução das entrevistas da revista Première sobre HP7 com o elenco da série

Confira a tradução das entrevistas da revista Première sobre HP7 com o elenco da série
Já havíamos divulgado aqui no site os scans da revista francesa Première com fotos de Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 e 2. A revista também conta com entrevistas com Bonnie Wright (Gina Weasley), Tom Felton (Draco Malfoy), Rade Serbedzija (Gregorovitch), Evanna Lynch (Luna Lovegood), Bill Nighy (Scrimgeour) e Rupert Grint (Rony Weasley). Elas agora já podem ser lidas traduzidas.
Os atores comentaram sobre vários temas, entre eles, como foi trabalhar nos últimos dois filmes  da série e principalmente sobre o final da saga, como um todo.

As entrevistas completas podem ser lidas na íntegra desta notícia! Obrigado SnitchSeeker!
ATUALIZADO! Leia também as entrevistas com Daniel Radcliffe (Harry Potter), David Yates e Clémence Poésy (Fleur Delacour) no final desta notícia!


Entrevista retirada da revista Première
Tradução por Téo Moura
Premiere: Vamos começar com um assunto quente, o famoso beijo com Harry. Os fãs têm esperado muito por isto, como você se preparou?
Bonnie Wright: Foi muito estranho. Desde que eu conheço Daniel, os laços que compartilhamos são puramente platônicos. Cada um tem a sua própria vida, mas somos realmente bons amigos. Quando me pediram para beija-lo foi quase como se tivessem pedido para eu beijar um total estranho. Sério, foi quase embaraçoso.
P: Você é uma das “veteranas” da saga. De todos os diretores com os quais você trabalhou em Harry Potter, com qual você se sentiu mais próxima?
BW: Difícil de dizer. Todos foram diferentes. Chris Columbus foi o mais fiel aos livros e a história, enquanto Alfonso Cuaron introduziu um aspecto mais sombrio. Nós trabalhamos tanto tempo com David Yates que adquirimos um tipo de senso comum e nós quase conseguíamos prever o que ele iria nos pedir para fazer. É com ele que tem sido mais fácil de trabalhar.
P: Todo mundo sabe que Harry Potter sofre grandes perdas nesse final. Como é testemunhar a morte de personagens que você conhece já faz 10 anos?
BW: Uma coisa é certa, a atmosfera mudaria drasticamente uma vez que começássemos a falar sobre as cenas de morte. Havia uma forte tensão emocional, mas ao contrário dos personagens, nós não tínhamos tempo para lamentar pelos nossos amigos. Nós filmamos as cenas assim como J.K. as descreveu: no meio de toda a ação.
Premiere: Quanto tempo durou as filmagens das duas partes de Relíquias da Morte?
Tom Felton: Um pouco mais de um ano, 14 meses para ser mais preciso. Podemos dizer que o time tem toda a razão …
P: 14 meses! Dá tempo para carregar um bebê…
TF: Exatamente! É meio surreal gastar tanto tempo em um projeto. Teve mais refrigerante do que nunca no fim das filmagens.
P: Após 10 anos de Harry Potter, dizer adeus a saga deve ser de quebrar o coração.
TF: Quanto voltamos para o último festival em Leavesden após o término das filmagens, a emoção estava no seu auge. Foi a última vez que toda a equipe estava reunida no Salão Principal. De repente, nós nos sentimos muito vazios… uma sensação engraçada
P: Você pode estar daqui a alguns anos vagando pelo parque temático de Harry Potter que recentemente abriu na Flórida.
TF: (Risos) É exatamente o que eu disse! Se eu ficar muito deprimido, vou ir morar lá!
P: Ao longo da saga, o seu trabalho foi encarnar um personagem que as pessoas odiavam. Não pode ter sido fácil todos os dias.
TF: Eu realmente acumulei uma certa quantidade de ondas negativas durante essa última década. Foi bem divertido, na verdade. Grupos de crianças estavam regularmente visitando os estúdios de Harry Potter e na hora de me conhecer, todos queriam se esconder atrás das pernas dos seus pais. Eu aprendi a tomar isso como um elogio.
P: Você também tem seu fã clube, o que incomoda J.K.Rowling… porque muitas garotas jovens amam Draco Malfoy, mesmo ele sendo do mal.
TF: Eu não sei bem como responder isso. Você sabe como é, as garotas sempre amam os “bad boys”.
Première: Como você entrou em Harry Potter 7?
Rade Serbedzija: É uma história engraçada… eu estava em Los Angeles, arrumando minhas malas para voltar para Inglaterra, quando minha filha mais velha – ela tinha 16 anos na época – me perguntou onde eu estava indo. Eu disse a ela que estava indo para Londres, me encontrar com o diretor de Harry Potter.
E então, ela pirou: “Você vai participar de Harry Potter? Pai, se você conseguir esse trabalho, você não sabe o quanto eu vou te respeitar!”. Eu concorri com Stanley Kubrick, mas eu tinha que estar em Harry Potter para minha filha se sentir orgulhosa de mim. Eu interpreto Gregorovitch, um cara que faz pauzinhos milagrosos…
P: Varinhas mágicas?
RS: Isso aí. Eu tenho 3 cenas com meu amigo Ralph Fiennes, de quem eu realmente gosto. É a primeira vez que trabalhamos juntos. Ele é particularmente perturbador como Voldemort… e, dessa vez, ele é o cara mau, e não eu.

Como você sabe, eu normalmente sou o cara mau nos filmes americanos. Melhor ainda, eu interpreto uma pessoa louca em “Eyes Wide Shut”. Quando as pessoas me reconhecem na rua é por causa de Snatch ou Saint. Agora que estou em Harry Potter, vou fazer novos amigos.
P: Você conhecia a saga antes de integrar o elenco de RdM?
RS: Eu tinha visto um filme, o primeiro, eu acho. Eu não continuei, porque depois do primeiro, minha filha mais nova molhava a cama porque ela estava com medo. Eu fiquei realmente bravo com Harry Potter. (Risos)

P: Ela não tem mais medo?
RS: Não. Ela se tornou a garota mais linda do mundo. Ela tem uma nova paixão: filmes de vampiro.
Premiere: Podemos contar com uma adaptação exata de RdM ou devemos esperar algumas surpresas?
Evanna Lynch: Eu fico cansada com pessoas: “Oh Deus, eles tiraram a cena com o elfo!”. Se você quer o livro, leia-o. Nós não fizemos um filme para nada. Pessoalmente, eu amo ler. Agora eu estou no meio de “Lolita” de Nabokov. Eu acho que é fantástico. Mas um filme necessariamente oferece um ponto de vista diferente.
P: Você leu Crepúsculo? Você concorda com a recente opinião de Emma Watson, que Crepúsculo só vende sexo?
EL: Eu não apenas os li, eu amei. E, como eu falei com Emma, eu sei que é o caso dela também. Nós conversamos muito. Suas palavras devem ter sido motivadas por um episódio em particular, e a comparação sem parar com a saga de Harry Potter.
P: Ao invés de evoluir, tal como os outros personagens fazem, Luna permanece fiel a si mesma …
EL: Eu fiz testes para essa personagem por que eu queria ser ela e ninguém mais: eu me sinto muito próxima dela porque ela não julga ninguém. Debaixo de sua aparência maluca e única, Luna teve momentos muito difíceis também. Ela é a que se relaciona e coloca uma visão imparcial sobre a situação, coisas que eu sou capaz de fazer. É graças ao seu visual maluco que eu quis estar na pele dela. Infelizmente, eu não pude ficar com nenhum acessório. Impossível roubar uma meia sem ser pego por um figurinista…
P: Agora que as gravações de Harry Potter terminaram, você tem outros projetos?
EL: Eu deixei minha vida pessoal em espera durante Harry Potter. Quero recuperar o tempo perdido agora. Veja (ela sorri mostrando todos os dentes): eu coloquei aparelho. Eu vou passar nos meus exames também. Eu quase não fiz nada na escola por causa das gravações e os resultados foram ruins. Depois, se eu não receber nenhuma proposta, vou para uma escola de arte. Eu não tenho vontade de fazer teatro. Eu vou sair de tudo.
Premiere: Bill, você disse que era o único ator britânico que ainda não tinha feito Harry Potter. Você sentia inveja?
Bill Nighy: (Risos) Você sabe, eu estava com David Yates quando lhe ofereceram o trabalho. Nós estávamos filmando uma cena para Girl em um Café quando seu telefone tocou. Warner Bros estava lhe oferecendo Harry Potter 5. Quando ele desligou o telefone, eu disse: “Legal, não vou mais ser o único ator britânico que não esteve em Harry Potter!”. Ele riu, mas eu ainda tive que esperar 5 anos para conseguir o emprego.
P: Isso foi bom para o seu ego?
BN: Eu estava começando a ficar preocupado, por não estar na saga. Sério, Harry Potter é uma instituição na Inglaterra. Tornou-se um tesouro cultural nacional. As pessoas estavam amarrados aos livros, agora estão amarradas aos filmes. Fazer parte dessa aventura é muito lisonjeiro. E depois de interpretar um zumbi, um polvo e um vampiro, eu estava pronto para fazer um velho bruxo.
P: Como você interpretou Rufo Scrimgeour?
BN: Como um velho soldado, um homem de ação que se tornou político. Ele viveu uma vida de guerra e lutas que o cansaram e eu queria lhe dar um pedaço mais doce … você também tinha que ser um pouco enigmático. Os leitores da saga conhecem o personagem e seu destino, mas eu não queria interpretá-lo começando pelo fim… eu manti uma parte nas sombras… de modo a não torná-lo um herói desde o início.
P: Você teve alguma referência?
BN: Não, nenhuma. Na verdade, David e eu tivemos uma ideia forte, mas eu não sei se posso falar sobre isso …
P: Vou ficar calado como uma tumba.
BN: Sei, certo. (Risos) Bom, tudo bem: eu interpretei ele com um sotaque galês.
P: Galês? É esse o segredo?
BN: Sim. É um sotaque bem doce, bem requintado… para mim, é sinal de um espírito inteligente, calmo e forte ao mesmo tempo. Mas respondendo sua pergunta, eu não tinha nenhum modelo em mente. E se você fala de inteligência, doçura e firmeza, você não pode olhar para um político inglês. Nós não temos isso em estoque aqui, confie em mim.
P: As fotos de Scrimgeour não mostram necessariamente a sua vantagem … Qual foi sua reação quando você se viu pela primeira vez usando peruca?
BN: Eu pensei: “Você coisa velha e triste!”. Mas como eu digo a mim mesmo todos os dias quando eu acordo, a peruca não me mudou muito.
P: Você faz parte dos novatos… como foi a primeira vez que você chegou nos estúdios e todo mundo já se conhecia?
BN: Mas eu já os conhecia antes de chegar aos estúdios: Helena Bonham Carter, Michael Gambon – um gênio – Ralph Fiennes… atores britânicos formam um círculo íntimo, nós nos conhecemos e nos respeitamos. Nós rimos muitos nos estúdios de Harry Potter. Há uma rega de ouro na Inglaterra: uma vez que você encontrar Michael Gambon nos estúdios, você sabe que rirá muito. E nesse estúdio, ele estava no topo de suas brincadeiras…
Premiere: Como você vê Rony nessa etapa da saga?
Rupert Grint: Ele está muito diferente. Ele amadureceu muito desde Enigma do Príncipe. Ele está numa nova fase tendo de deixar o mundo familiar de Hogwarts para encontrar-se cercado pelo desconhecido quando o trio sai a caça das horcruxes e ele tem complicações que se desenvolvem entre Harry e Hermione enquanto eles estão se escondendo na floresta. A amizade deles é posta à prova. A tensão aumenta assim como sua paranóia. Há uma troca dinâmica entre os personagens, e de repente tudo se torna mais complicado para ele. Isso revela a profundidade do personagem e uma sensibilidade muito pungente que culminará na minha opinião, com a morte de um parente e no epílogo… eu sempre tive muita afinidade com Rony, mas eu tive ainda mais prazer em interpretá-lo em Relíquias da Morte, explorando suas outras facetas. Especialmente porque foi pela última vez.
P: O que te cativa mais neste último filme?
RG: A decisão de fazer dois filmes. A primeira parte é como um filme de caça – o qual filmamos muitas partes fora dos estúdios, o que foi excitante. O segundo, é focado na destruição de Hogwarts com cenas de batalhas intensas, mas foi muito divertido de fazer.
P: Tão legal quanto o beijo de Rony e Hermione?
RG: Com Emma, nós estávamos super assustados. Eu estava ansioso sobre como interpretar nessa cena, mas especialmente ansioso para fazê-la acreditável. No final, foi melhor do que eu tinha imaginado. Mesmo que, na primeira tomada, tenha sido estranho ver o rosto dela ficar tão perto do meu! Sem mencionar que estávamos molhados até os ossos… Felizmente, tivemos que fazer apenas quatro tomadas. É um momento bonito, muito sensível.
ATUALIZADO!
Daniel Radcliffe narra momentos fortes do filme …
Daniel Radcliffe: “A cena em que eu encontro meus pais com Sirius Black e Lupin, foi de longe a mais emocionante; depois a que eu vou procurar o diadema de Corvinal na Sala Precisa; quando Ralph Fiennes luta comigo na última batalha entre Harry e Voldemort…”
Nós passamos 10 anos juntos. Eu cresci com Harry Potter e mantenho a minha cabeça cheia de lembranças inesquecíveis, muitas para enumerá-las. Dizer adeus para tudo isso não foi fácil. O último dia de filmagens foi realmente tocando para todos nós. Eu derramei algumas lágrimas e não fui o único.
David Yates: “Eu tenho que supervisionar algumas equipes que estão trabalhando ao mesmo tempo. Uma equipe está trabalhando em uma tomada que mostra cadáver de Batilda Bagshot, sob um ângulo diferente. Outra equipe trabalha em uma série de tomadas muito grande para a seqüência em que todos os corpos empilhados estão sendo ordenados depois da grande batalha em Hogwarts. Uma terceira equipe está finalizando os ajustes no tamanho de Hagrid na tela “.
Os dois filmes são um pouco diferentes. Na primeira parte de Relíquias da Morte, optei por uma realidade do cinema, quase num estilo documentário com uma câmera no ombro que se mexia muito, refletindo os sentimentos dos três heróis na caçada. Harry, Hermione e Rony estão fora do ambiente confortável de Hogwarts,  estão sendo perseguidos pelos Comensais da Morte em um ambiente mais realista. A segunda parte é mais grandiosa, espetacular, porque a ação está em uma escala maior, que atinge seu auge com o grande final “.
“Os fãs reclamam que muitas vezes nós deletamos algumas de suas partes favoritas. Aqui, nós oferecemos uma cena exclusiva, uma perseguição na floresta com os sequestradores”.
(Falando sobre Daniel Radcliffe) “Depois de trabalhar com ele por quatro filmes, eu ainda estou impressionado com sua seriedade, sua ética de trabalho e seu profissionalismo incrível. O mesmo vale para Emma e Rupert. Sua maturidade emocional é notável para pessoas da sua idade. E também, ao contrário das celebridades, nenhum deles é convencido.”
Clémence Poésy: “Foi muito divertido e mais fácil dessa vez. Quatro anos atrás eu cheguei em Londres como um Alien, eu era uma pequena menina francesa perdida na natureza de algo grande e totalmente insano. Dessa vez foi bem diferente. Eu tinha a impressão de que estava voltando para o acampamento de verão depois de um tempo . Havia o mesmo cheiro da comida, as mesmas pessoas, os mesmos lugares… a diferença é que todo mundo cresceu e os móveis estão um pouco mais sujos. (Risos)
Mas na verdade as coisas não mudaram muito. Quando penso nisso, é realmente triste que seja o fim. A ideia de contar uma história no mesmo lugar, com as mesmas pessoas que trabalharam em um mundo diferente e o conhecem de cor é linda! Harry é como o “Antoine Doinel” da nossa geração … Nós crescemos com ele. Desta vez, eu estava preparada.
O que eu lembro sobre Cálice de Fogo foi a velocidade com que nós trabalhamos. Algumas vezes filmávamos sem parar e e outras vezes tínhamos que esperar por horas sem nada para fazer. Então desta vez, para RdM, eu trouxe meus livros, minhas músicas, meus DVDs. Bem, havia alguém pior: David Thewlis trouxe seu piano!
Me perguntam muito se Daniel e Emma são como seus personagens… isso surpreende muita gente, mas há quatro anos atrás, eles já eram muito maduros e ainda são. Daniel sempre me impressionou. Ele tem uma curiosidade, uma mente aberta sobre o mundo que é raro. Ralph Fiennes também e vê-lo interpretar foi um privilégio. Ele estava tão dentro de seu personagem que assustava as pessoas que estavam no estúdio… Mas não conte comigo para dizer quem mais me impressionou. Seria como perguntar de qual colega você mais gosta na Premiere e depois, mostrar a sua resposta nos escritórios. Seria meio constrangedor, não é?”

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